
(crédito: Saul Loeb/AFP/Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou, nesta terça-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por tentar negociar com empresários e representantes estrangeiros os impactos do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações brasileiras. Segundo o parlamentar, a postura do ex-ministro da Infraestrutura “esvazia o plano” de pressionar o governo federal por uma anistia ampla aos acusados de articular uma tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder.
Eduardo, que defende o fim imediato das tarifas como forma de reação ao que classifica como “regime de exceção”, usou as redes sociais para atacar o governador paulista. “Prezado governador @tarcisiogdf, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu.
Tarcísio adotou, inicialmente, um tom crítico ao Palácio do Planalto após o anúncio das tarifas, responsabilizando diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas medidas adotadas por Trump. No entanto, nos últimos dias, o governador passou a defender uma atuação conjunta entre o governo estadual e o federal, elogiando inclusive a condução diplomática do Itamaraty diante da crise comercial com os Estados Unidos.
Nesta manhã, Tarcísio se reuniu com representantes da indústria paulista e da área econômica do estado, no Palácio dos Bandeirantes, para discutir os impactos econômicos da nova tarifa. Participaram da reunião ao menos 15 empresários, incluindo Paulo Skaf, filiado ao mesmo partido do governador. Também esteve presente o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar.
Essa foi a segunda reunião de Tarcísio com Escobar. Na sexta-feira (11), os dois já haviam conversado em Brasília sobre as consequências do tarifaço, que entra em vigor em 1º de agosto e impõe uma alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA. A medida foi condenada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que a classificou como uma retaliação de cunho político, em resposta à atuação do Brasil nos fóruns internacionais e ao avanço dos processos judiciais contra Jair Bolsonaro.
A postura do governador de buscar alternativas diplomáticas e institucionais para enfrentar o aumento tarifário tem sido vista por aliados do ex-presidente como uma dissidência estratégica, num momento em que cresce a pressão política sobre o Congresso por medidas de anistia e blindagem jurídica aos envolvidos no 8 de janeiro. Fonte: Correio Braziliense
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